Empreendedorismo social: saiba o que é e como colocar em prática
(Rede Asta - negócio social que transforma artesãs em empreendedoras e resíduos em produtos)
Você já ouviu falar em “empreendedorismo”? Provavelmente sim. Resumindo, se trata de iniciar um negócio inovador, que ofereça algo inédito ou de uma forma bem diferente da que estamos acostumados. E já pensou em adicionar “social” a “empreendedorismo”? Ou seja, buscar soluções inovadoras para o funcionamento da sociedade, fazendo disso um empreendimento lucrativo além de social e ambientalmente responsável?
Seria legal, né? Pois saiba que o empreendedorismo social é uma nova forma de fazer o bem e tem crescido mundo afora. Um dos maiores exemplos é o Grameen Bank, criado em Bangladesh por um professor de economia chamado Muhammad Yunus. Yunus começou emprestando pequenas quantias, a juro baixo, a quem quisesse abrir um negócio próprio, desde que tivesse baixa renda. A iniciativa deu certo, gerando renda e emprego e se espalhou por outros países. Acabou recebendo o Nobel da Paz em 2006 pelo impacto gerado na vida de quase 12 milhões de pessoas e pela maneira inovadora com que mostrou como os negócios podem lucrar ao mesmo tempo em que atacam uma questão social (a falta de crédito para microempresários de regiões pouco desenvolvidas).
Na Índia, o Centro de Saúde dos Olhos Aravind também tem dado o que falar. A clínica opera gratuitamente 55% de seus pacientes com catarata (são mais de dois mil por ano), mas, graças a uma boa administração, consegue gerar uma boa receita para seus fundadores.
No Brasil tampouco faltam exemplos. Segundo o Sebrae, há ao menos 837 iniciativas de impacto social em andamento no país. A maioria (48%) ainda está em estágio inicial, mas 22% já faturam pelo menos 60 mil reais por ano.
A Rede Asta, do Rio de Janeiro, é um dos negócios já estabelecidos. A rede abriga costureiras e artesãos que reaproveitam restos de tecido da indústria para fazer materiais corporativos, brinquedos e roupas. Assim, promovem a reciclagem de materiais, geram renda para quem precisa e ainda lucram. Só em 2017, faturaram 3,5 milhões de reais vendendo material produzido por 1.134 artesãs.
Outro é a Editora Mol, que produz materiais gráficos, como revistas e calendários, encomendados por grandes redes varejistas, mas sempre focando em assuntos relacionados à melhoria da qualidade de vida e da sociedade. Estas redes vendem os produtos e estimulam pequenas doações a ONGs e projetos sociais. A iniciativa já rendeu 25 milhões de reais a 49 ONGs.
Os cases são muitos e servem de inspiração para quem quer começar a fazer o bem como negócio. Por isso, listamos algumas dicas para você ser um empreendedor social:
Escolha uma Causa
Para começar, é preciso saber o que se quer fazer. Aí pode entrar o voluntariado. Quem conhece melhor um problema social do que quem atua há tempos fazendo o bem?
Busque uma Solução
Se você é voluntário há tempos, junte os amigos e pense: o que podemos fazer para resolver esse problema? Essa proposta é viável? Pode sair do papel com os recursos que temos?
Defina seu Modelo
Com ideias em mente, busque definir como esse negócio funcionaria. Um passo importante é definir o cliente e o beneficiário. Por exemplo, no caso da Rede Asta, o cliente são as grandes empresas que encomendam, mas os beneficiários são projetos sociais associados. Não necessariamente cliente e beneficiário são as mesmas pessoas.
Procure Parcerias
Além de seus colegas de trabalho, que participam de ações de voluntariado com você, procure parceiros que possam ajudar o negócio a decolar. Há uma série de empresas sociais que ajudam outras a se formalizar e se tornar um sucesso. Entre elas, Empreende Aí, Social Brasilis, Yunus Negócios Sociais e Fundação Schwab. O Sebrae possui uma cartilha com algumas dicas.
Mãos à Obra!
Coloque a ideia em prática e toda a sua disposição para que o negócio dê certo.
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